Acordou em sua cama, com a franja colada a testa, resultado do suor gerado na madrugada.

Olhou para o lado, e lá estava ele. Qual seu nome mesmo? Ah, não interessava mesmo. O interessante, e aquilo que eu queria, já havia conseguido. O prazer.

Abri minha bolsa, peguei algumas notas, e olhei os peixinhos. 6 notas, para ser mais exata... Sempre fui generosa. Larguei-as em cima da cama, fui ao banheiro, escovei os dentes e senti gosto de sangue na boca. Ah, uma ferida no lábio. Uau, a noite realmente havia sido selvagem.

Peguei minha bolsa, os sapatos e fiz um coque displicente com o cabelo. Espera, qual era o nome daquele Hotel? Ah, essa informação é tão pouco importante quanto o nome do gostosão de corpo escultural que estava ao meu lado na cama.  

Entrei no meu carro, e ouvi o familiar ronco do motor. Olhei o relógio, e vi que estava em cima da hora. Corri para o aeroporto, a tortura me esperava.

Ah, ela havia se esquecido de algo importante. Pegou a aliança dourada no bolso, e colocou-a na mão esquerda. E lá o viu, no auge de seus 62 anos, voltando de uma reunião em Dubai, seu velho e entediante marido. Dei um abraço, um beijo caloroso, e reprimi o repúdio.

- Ah amor... Que saudade de você! Meus dias ficam vazios sem sua presença!