Perpetuando feridas.

17:52

Ei, pessoas.

Quem me conhece sabe que eu moro com a minha bisavó. E que eu sou apaixonada por ela.
Ela não é inválida, "doentinha", nem nada do tipo. Para uma senhora de 87 anos, ela está muito bem! Tem energia mais que suficiente para vigiar a vida dos filhos, netos e bisnetos, e eu torço pra que ela continue assim.
Só que recentemente, ela adquiriu a mania de tirar casquinhas de machucados.
Ou seja: uma simples picadinha de mosquito vira um "vulcão" vermelho e inchado na pele dela.
Eu xingo, brigo, falo que não pode fazer isso, que vai infeccionar, etc.
Ela promete que vai parar, ou nega que coçou. Até o momento em que eu, um dia, passando sorrateiramente pela porta do quarto dela, vi o momento exato em que ela puxava a casquinha.
E, em vez de surtar (minha reação rotineira) eu comecei a observar a expressão facial dela enquanto tinha essa atitude. Ela parecia sentir prazer. Estranho, certo? E logo depois, começou a gritar que estava sangrando e que precisava de ajuda.
Eu não fui.
Não ajudei.
Fingi que não estava ouvindo, que não havia visto nada. Minha bisavó apenas queria chamar atenção! E, como em todas as situações, eu dava essa atenção, ela esperava receber de novo.
Mas, como eu contei, eu apenas ignorei.
É claro que eu fiquei com a consciência pesada... Mas isso me fez pensar: Até onde o ser humano é capaz de ir apenas para receber atenção? Para ser o foco, o assunto do dia?
Minha bisavó faz isso conscientemente!
Quantas vezes nós nos colocamos na situação de palhaços da turma, bobos, nos machucamos e etc simplesmente para obtermos atenção? Todos nós já fizemos isso! Agora, quantos são capazes de admitir?
Vale mais a pena conseguir atenção pelos nossos méritos, nossas qualidades e conquistas. Deveríamos pensar mais nisso antes de escolhermos caminhos "alternativos."

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