Ooooutro conto!
:)

Eu e ela nos conhecemos através de amigos em comum.
Não sei explicar em palavras a química que surgiu. Foi algo eletrizante.
Chamei-a para sair. Ela, relutante, aceitou. E fomos juntos para um restaurante. Apesar de estar vestida de forma comportada - um vestido azul escuro que não revelava muita coisa e sandálias de salto pretas - ela conseguia exalar sensualidade. Fosse através de uma mexida no cabelo, na forma como seu lábio superior se abria em formato de concha ao falar ou no sorriso aberto, ela era extremamente sedutora.
Nós dois sabíamos muito bem o que aconteceria ao fim daquela noite. Ela não era muito conservadora, eu também não, e ambos sabíamos aonde todo aquele papo furado e previsível da noite nos levaria.
Na hora em que saímos do restaurante, convidei-a para tomar um vinho no meu apartamento. Ela aceitou.
Alguns minutos de conversa fiada foram trocados por beijos ardentes rapidamente.
No dia seguinte, quando acordei, ela não estava mais lá. Apenas seu colar, que havia ficado na chão da sala.

Saímos por outras três vezes. Nas três, seguimos o mesmo roteiro: Jantar, vinho, e finalmente, meu apartamento.
E em todas as vezes, ela esquecia algo. Um par de brincos, um colar, um anel.
Cheguei a conclusão que eu e ela estavamos em uma espécie de pique esconde. Ela esquecia os acessórios porque sabia que eu ligaria no dia seguinte, e acabaria marcando outro encontro.
Esse era o jeito que ela encontrava de me prender.
Um dia, ela esqueceu seu broche. Achei bastante antiquado, e até um pouco feio. Mas liguei para ela, como fiz nas últimas semanas, e avisei-a do esquecimento.
Saímos novamente, e quando estávamos indo para a minha casa, ao entregar o broche, ela encontrou um batom de outra mulher na pia do banheiro.
Nunca mais a vi.